Tô viva. E antes de achar ruim qualquer coisa, resolvi agradecer a Deus porque eu tô viva. Tô respirando, tô com todos os sentidos aguçadíssimos, tô respirando. Sério, como é bom respirar. E o engraçado é que tempos atrás eu me sentia sufocada, estava totalmente saudável, mas doente. Doente de paz, de amor, de tranquilidade. É bom respirar e começar a ver as coisas como elas realmente são. Ou como elas devem ser transmitidas a mim. Parei de procurar amizades e tentar entender os amores mal resolvidos. Resolvi parar. Dei um stop na minha vontade insana de querer entender a tudo e a todos, e passei a me entender. Comecei a perceber meus limites, e isso foi tão bom que hoje eu percebo até onde eu consigo ir. Sem me ferir, sem machucar outra pessoa, sem fazer ninguém sofrer. Esses dias meu pai veio me falar que eu deveria sofrer calada, que falar pra ele só passava o sofrimento, e ele se difundiria ainda mais, não solucionaria. Entendi. Resolvi deixar quietinha a vontade de ir atrás de você e te arrancar um sorriso, e sentir seu beijo, e sentir seu cheiro. Sério, como é difícil frear minhas vontades. Mas tô aprendendo, e tô feliz do que eu tô recebendo em troca disso. Há dias eu não sei mais o que é chorar, o que é sentir um aperto no coração e falar a palavra saudade. Eu ainda a sinto, é verdade, mas ela tá pressionada em um cantinho escuro dentro de mim, e que lá não tenha luz por muito tempo pois não quero despertá-la. Tô feliz com uma parte minha dormindo, e outra vivendo como nunca!